No Brasil, os guardas municipais cresceram mais de 35% na última década, enquanto os policiais estaduais diminuíram, segundo indica um estudo divulgado nesta terça feira (27), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A Policia Militar, responsável pelo policiamento ostensivo nas ruas, teve uma queda de 6,8% no efetivo nos últimos dez anos no País, segundo o "Raio-X das Forças de Segurança Pública do Brasil". Em 2013, eram 434.524 agentes. No ano passado, o número passou para 404.871. A instituição possui o maior efetivo das forças de segurança — com um total de 404.871 servidores. Dois PMs para mil habitantes, em média, no Brasil.
Os agentes exercem outras funções dentro da polícia, não exclusivamente o policiamento. Segundo os dados, o Amapá tem 4,2 PMs para cada mil habitantes e é o estado mais violento do País. "Muitos policiais acabam deslocados para atividades-meio, as instituições estão mais voltadas para atender o poder público e menos disponíveis ao trabalho final", diz o presidente da entidade.
Na Polícia Civil, responsável pelas investigações para solucionar crimes, o País tem um efetivo de 36,5% menor do que o previsto — o que significa 55.111 a menos em atividade. Isso tem um impacto negativo para a resolução dos delitos. Somadas, a Polícia Civil e a Perícia Técnica contam hoje com 113.899 agentes.
Segundo o levantamento, enquanto as polícias estaduais tiveram redução do número de servidores, o número de guardas aumentou substancialmente. Em 2014, o Brasil havia 1.081 cidades com GCMs, número que chega a 1.467 em 2023 — representando um crescimento de 35,7%.
Com a redução de efetivo, a PM faz menos patrulhas nas ruas, aumentando a possibilidade de o crime acontecer. Já as polícias civis estão perdendo a capacidade de concluir as investigações. Isso fortalece discursos de que 'bandido bom é bandido morto', aumentando a sensação de impunidade para a população.
Os Guardas Municipais estão previstos na Constituição Federal. Segundo o texto, elas são destinadas à proteção dos bens, serviços e instalações dos municípios brasileiros. Em 2014, com a criação do Estatuto dos Guardas, ampliou-se a competência dos órgãos estipulando que atuassem junto com os órgãos de segurança. Desde então, eles passaram a atuar em atividades que antes eram exercidas pelas polícias.
FONTE: Portal Uol Notícias
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