O caso aconteceu na Maternidade Municipal, no Hospital São José. Glória explicou que não teve problemas durante a gestação de Noah Gabriel. Na segunda-feira (8), ela chegou no hospital com sete centímetros de dilatação e, aproximadamente três horas depois, iniciou o trabalho de parto.
A mãe estava cansada e disse não lembrar do momento em que o filho nasceu. Mas, a madrinha do bebê, a autônoma Larissa Baptista da Silva, de 23 anos, estava acompanhando a amiga e explicou ao que a parte abaixo do peito de Noah não estava saindo, então, a obstetra precisou usar a força.
"A obstetra puxou por baixo dos dois bracinhos dele e, na hora, ela soltou o bracinho esquerdo dele e continuou puxando até sair", disse Larissa. Em seguida, ainda de acordo com a madrinha, Glória e o bebê foram para o quarto do hospital.
No entanto, Noah não parava de chorar e não mexia o braço esquerdo. A madrinha lembrou do momento do parto e pediu para a pediatra exames de raios-x. Segundo Larissa, a médica disse que o bebê tinha sofrido uma lesão, mas que seria curado, sem intervenção médica, em duas semanas.
A madrinha explicou que a dor que o bebê estava sentindo fez com que Glória não conseguisse amamentá-lo e Noah começou a perder peso. Por este motivo também, o hospital não podia dar alta médica para a família.
"Elas [equipe médica] não faziam nada em relação ao bracinho dele. Ficavam falando que era normal e uma hora ia passar. As enfermeiras entravam [no quarto] para tentar forçar ele mamar, ele gritava e começava a chorar", conta Larissa.
Sem alta médica
Diante da situação, o pai do bebê foi até a Delegacia de São Vicente, na quinta-feira (11), e questionou o que poderia ser feito, já que o bebê não recebia tratamento. Os policiais disseram que a família poderia ir embora do hospital, sem alta médica.
Eles saíram da unidade de saúde e, no mesmo dia, o bebê foi atendido por um ortopedista em um pronto-socorro no bairro Jardim Rio Branco. Na unidade de saúde, o médico confirmou a fratura na clavícula de Noah, como é possível ver na imagem acima, e imobilizou a região com uma tala.
"Assim que foi imobilizado o bracinho dele, ele já conseguiu mamar e parou de chorar um pouquinho, mais do que estava chorando", contou a madrinha do menino.
Noah se recupera em casa e já recebeu um encaminhamento para acompanhamento com um ortopedista pediátrico.
O que diz a prefeitura?
Em nota, a prefeitura afirmou que ocorreu uma distocia no ombro, complicação em que o membro fica preso, dificultando a saída do feto. De acordo com a pasta, a condição ocorre em 50% dos partos normais.
A administração municipal afirmou que, assim que foi levantada a hipótese da distocia no ombro, foi realizado um exame de raios-x, no qual foi constatada a fratura. "Neste tipo de situação, não há a necessidade de realizar exames adicionais", afirmou a pasta.
A prefeitura ressaltou ainda que uma pediatra acompanhou o parto, informando posteriormente aos pais sobre o ocorrido e a necessidade de um tratamento ambulatorial. Já a família nega que tenha sido informada e afirma que solicitou exames após eles perceberem o comportamento de Noah.
"Os pais evadiram-se do hospital mesmo após todas as explicações da necessidade de manter a internação pela equipe", afirmou a prefeitura. A administração do município acrescentou ainda que está à disposição para o tratamento do bebê e assistência à família.
FONTE: G1/Globo
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