No caso da adolescente, a Justiça manteve a medida protetiva por quatro votos a um. Espíndola foi o único voto contrário, alegando falta de provas contra o professor.
“Quem está assediando hoje em dia, quem está correndo atrás de homem são as mulheres. Porque não tem homem, certo? Esse mercado, é um mercado que está bem diferente. Hoje em dia o que existe, essa é a realidade, as mulheres estão loucas atrás dos homens porque são muito poucos. Esse é o mercado, é só sair à noite. Eu não saio muito à noite, mas eu conheço, tenho funcionárias, tenho contato com o mundo”, afirmou o desembargador.
Na sequência, a desembargadora Ivanise Trates Martins, que não fazia parte do quórum, se pronunciou:
“Nós, mulheres, sofremos muito assédio desde criança, na adolescência, na fase adulta, e há um comportamento masculino lamentavelmente na sociedade que reforça esse machismo estrutural […] os homens não saibam ou não tenham ideia do que uma mulher sente quando são tratadas com uma lascívia disfarçada. Nós sabemos: uma piscadinha, um olhar, quem sabe numa sala de aula, ou em qualquer outro lugar, extremamente constrangedor”, disse.
A Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB Paraná) emitiu uma nota de repúdio “ante à odiosa manifestação do desembargador”. Para a instituição, as falas “expressam elevado grau de desconhecimento sobre o protocolo para julgamento com perspectiva de gênero, de cumprimento obrigatório pelos magistrados e tribunais. Revelam ainda profundo desrespeito para com as mais recorrentes vítimas de todo o tipo de assédio: as meninas e mulheres brasileiras”.
Em nota divulgada nas redes sociais, o Tribunal de Justiça do Paraná afirmou que foi aberta investigação preliminar.
Fonte: Pontanegra NEWS.
0 comments:
Postar um comentário