quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

BOA NOTÍCIA: Número de doações de medula óssea cresceu 54% no RN só em 2024

As manchas roxas que surgiram no corpo geraram logo uma preocupação e fizeram com que a estudante de Letras na Paraíba, Jucinara Santos da Silva, 25 anos, demonstrasse preocupação e logo procurasse um atendimento médico em busca de um diagnóstico. O resultado: aplasia medular, doença rara que afeta a produção de células sanguíneas. A estudante passou a buscar um doador compatível de medula óssea e, após a procura, passou pelo procedimento no final do ano passado no RN e está no Estado desde então continuando o tratamento. O transplante de Jucinara foi um dos 165 registrados no RN em 2024, número que cresceu 54% em relação a 2023, que registrou 103 procedimentos. Segundo fontes do sistema de saúde do RN, parte desses pacientes vêm de muitas cidades do interior do Estado e até de outras regiões do Brasil para realização dos transplantes.


“Procurei um médico, fiz exames e a princípio o prognóstico era de leucemia, mas internei, fiz investigação e veio o diagnóstico de aplasia medular, doença rara que para a medula e eu já estava com 90% da medula sem funcionar. Fui direcionada ao transplante, começando essa luta pelo doador compatível. Fiz os exames com a família mas não teve compatibilidade. Fiz o cadastro no banco de doadores e recebi a notícia de um doador 100% compatível, sendo direcionada para Natal”, lembra.

Intra-hospitalares para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). Essas comissões, formadas por profissionais de saúde, desempenham um papel crucial na organização dos processos e protocolos que viabilizam as doações. Ela destaca a importância de campanhas de conscientização, como o Setembro Verde, que incentiva a doação de órgãos. “A conscientização da população tem sido fundamental para o aumento do número de transplantes e doações”, ressalta.

Casas de apoio auxiliam no tratamento

Com o tratamento do transplante de medula óssea sendo desafiador e exigindo um cuidado multidisciplinar, a existência de casas de apoio no Rio Grande do Norte acaba sendo fundamental no processo de recuperação, tanto física quanto mental dos pacientes. A Casa Vida e a Hatmo são dois exemplos.


Na Hatmo, a Humanização e Apoio ao Transplantado de Medula Óssea (Hatmo Natal), fundada em 2008, o espaço é disponibilizado para oito famílias e ainda conta com outro espaço de apoio para pacientes do interior.


Quando o paciente é encaminhado pelo hospital para a Hatmo é justamente para esse suporte. A primeira coisa que ele precisa é do apoio para fazer o enxoval para o transplante. Muitos não têm condições para comprar uma calcinha de algodão, um sabonete específico, um hidratante específico, tudo infantil para não dar alergia. Além disso vem muita gente de fora e a Hatmo hospeda essas pessoas, tanto do interior do Estado, da Paraíba, de Rondônia, muitos do Pará”, conta a presidente da Hatmo, Rosali Cortez. ”Esse tratamento é´importante porque a defesa do paciente vai a praticamente a zero para receber uma nova medula”, acrescenta.


A psicologia entra nesse apoio, porque a casa Hatmo recebe pacientes de fora do Estado e do interior. Quando ele vem pra cá não vem com a família toda, tendo apenas um acompanhante. E essa distância da família já gera muitos aspectos emocionais, deixando o paciente fragilizado, além do enfrentamento da doença. Alguns chegam aqui bem, mas outros têm passado por um processo mais delicado e o transplante é um tratamento mais difícil, debilitando muito o paciente”, cita a psicóloga da casa Hatmo, Isanna França.

FONTE: Portal Tribuna do Norte 

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